A Samsung Electronics divulgou na quinta-feira uma queda de mais de 95 por cento nos lucros operacionais no segundo trimestre devido à fraca demanda por chips de memória.
A empresa é a principal subsidiária do gigante sul-coreano Samsung Group, de longe o maior dos conglomerados familiares que dominam os negócios na quarta maior economia da Ásia.
O lucro operacional do período de abril a junho foi de KRW 668,5 bilhões (aproximadamente Rs. 3.800 crore), abaixo dos KRW 14,1 trilhões (aproximadamente Rs. 89.072 crore) do ano anterior, disse a Samsung em um comunicado.
Isso marca o pior lucro trimestral da empresa desde o primeiro trimestre de 2009.
O lucro líquido da Samsung no segundo trimestre caiu 84,5%, para KRW 1,72 trilhão, e as vendas caíram 22,3%, para 60 trilhões de won.
A empresa – uma das maiores fabricantes mundiais de chips de memória e smartphones – culpou a fraca demanda por seus chips e telefones celulares, mas ofereceu uma perspectiva otimista para o restante do ano.
“Espera-se que a demanda global se recupere gradualmente na segunda metade do ano, o que deve levar a uma melhora nos ganhos impulsionados pelo negócio de componentes”, afirmou, mas acrescentou que “os riscos macroeconômicos contínuos podem ser um desafio”.
Os fabricantes de chips sul-coreanos, liderados pela Samsung, obtiveram lucros recordes nos últimos anos com a alta dos preços de seus produtos, mas a desaceleração econômica global afetou as vendas de chips de memória.
A demanda aumentou durante a pandemia, pois os consumidores compraram computadores e smartphones durante os bloqueios, levando os fabricantes de chips a aumentar a produção.
Mas a demanda diminuiu rapidamente à medida que os bloqueios diminuíram e enfraqueceram ainda mais diante da alta da inflação e do aumento das taxas de juros.
Joanne Chiao, analista da empresa de pesquisa de mercado TrendForce, disse que a produção cairá ainda mais – em cerca de 9,3 por cento – este ano devido a uma economia geral fraca.
“A demanda do consumidor enfraqueceu, levando a cortes orçamentários por parte das empresas e cancelamentos contínuos de pedidos”, acrescentou Chiao.
A TrendForce prevê que a queda de preços dos chips DRAM – frequentemente usados em PCs e smartphones – desacelere na segunda metade do ano, à medida que os fabricantes de chips restringem a oferta depois que os preços caíram até 18 por cento no segundo trimestre.
Em abril, a Samsung disse que faria um corte “significativo” na produção de chips de memória, seguindo a liderança das rivais SK Hynix e Micron.
A recente queda nos lucros não impediu a empresa de fazer investimentos ousados.
Em março, revelou planos de contribuir com US$ 227 bilhões nas próximas duas décadas para a construção do maior centro de chips do mundo em Yongin, ao sul de Seul.